Ponto de Cultura
O rio Santo Antônio é um curso de água do estado de Minas Gerais, Brasil. Nasce na serra do Espinhaço, no distrito de Santo Antônio do Cruzeiro, município de Conceição do Mato Dentro. Corre para o leste e depois de um percurso de 283km, vai despejar suas águas no rio Doce.
Foi utilizado pelos bandeirantes como via de penetração em busca de ouro e, aos poucos, estes foram povoando as suas margens. Ainda hoje é utilizado pela população através da pesca, do garimpo, do lazer, do turismo, como fonte de água e de energia, extração de areia, etc.
Embora o rio tenha contribuído para a vida das pessoas, algumas atividades praticadas pela população como garimpo, turismo e extração de areia têm contribuído com a modificação do seu curso, assoreamento e poluição das suas águas.
O rio Santo Antônio nasce entre rochas formando várias cachoeiras. Continuando sua descida o seu curso é interrompido por outras belíssimas cachoeiras que embelezam a paisagem natural dos municípios banhados pelas suas águas, como a cachoeira da Bahia. Esse rio, como todos os outros de Minas Gerais, é classificado como sendo de planalto. Suas águas correm sobre o planalto Atlântico entre serras e morros formando cachoeiras e quedas d’água.
A bacia do rio Doce situa-se na região sudeste brasileira, compreendendo uma área de drenagem de 83.400 km², sendo que 86% pertencem ao estado de Minas Gerais e 14% ao Espírito Santo. A região abrange cerca de 222 municípios.[1]
As nascentes do rio Doce estão em Minas Gerais, nas serras da Mantiqueira e do Espinhaço, sendo que suas águas percorrem 853 km até atingir o oceano Atlântico no povoado de Regência, no Espírito Santo.[1]
Os principais afluentes do rio Doce são os rios do Carmo, Piracicaba, Santo Antônio, Corrente Grande, Suaçuí Pequeno, Suaçuí Grande, São José e Pancas (margem esquerda); rio Casca, Matipó, Caratinga/Cuieté, Manhuaçu, Guandu, Santa Joana e Santa Maria do Rio Doce (margem direita). As vazões médias na bacia são maiores nos afluentes de margem esquerda, nos trechos alto e médio (15 até 35 l/s km²). Por outro lado, a região de menores vazões médias específicas (05 a 10 l/s km²) corresponde à bacia do Suaçuí Grande.[1]
Com o rompimento de uma barragem de rejeitos operada pela mineradora Samarco (de controle acionário das empresas Vale S.A. e BHP Billiton empresa que detém os outros 50% das ações), localizada na cidade de Mariana, a lama de rejeitos que invadiu o rio Doce deixou os municípios que eram abastecidos pelo rio impossibilitados de utilizarem sua água. No momento do acidente não houve nenhum tipo de alerta para a pequena comunidade residente a jusante da barragem. Em Governador Valadares, uma das cidades com desabastecimento de água e que decretou estado de calamidade pública, análises foram feitas e constataram que o rio está altamente contaminado por alumínio, manganês e ferro. A tragédia foi tamanha que varias cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo foram atingidas pelo desastre.Várias espécies de peixes, invertebrados, anfíbios, répteis, foram mortas ou por falta de oxigênio no rio ou foram “praticamente cimentadas” pela lama de resíduos. Espécies endêmicas podem ter sido extintas, pois só existiam na bacia do Rio Doce. Ambientalistas dizem que cerca de um trilhão de organismos vivos (incluindo vidas humanas) morreram no desastre. Não bastasse a falta de água nos municípios e o mau cheiro, a lama de resíduos seguiu rumo ao mar no estado do Espírito Santo e tomou conta de 3 km mar adentro e 10 km na costa (superando a projeção inicial de 9 km). Além de peixes, aves marinhas foram encontradas mortas nas praias de Povoação e Regência (no Espírito Santo), distrito de Linhares, no encontro do rio com o mar. Atividades econômicas, como a pesca e o turismo foram totalmente prejudicadas pela chegada da lama. O IBAMA coletou fotos de aves mortas e vai analisar se há relação com a lama. Há investigações para apurar as responsabilidades e imprudência das mineradoras, que têm sido bem sucedidas em conseguir salvaguarda da justiça para evitar o pagamento de multas e ações mitigadoras pelos danos ambientais, humanos e perdas econômicas causados. Sabe-se que não chovia no dia do acidente, de modo que o acidente não teve causas naturais.[4]